sábado, julho 01, 2006

O ESPAÇO QUE NOS APARTA

Aqui, neste espaço entre mim e ti, nada mais existe para além do vazio. Um calmo e pleno nada, outrora um tudo, completo de sonhos e fantasias de perfeita eternidade, onde a efemeridade era para nós, para mim e para ti, apenas (e só) uma etapa da nossa felicidade.

Por mim, e por ti, escondi-me atrás de portas abertas, com ambições repletas, que comigo percorresses a terrena essência dos dias e no meu regaço desfalecesse o acre temor dos teus olhos cheios de realidade.

Acreditei, como verdade pura (ah dogma de uma idílica e planeada existência!!!) que a eternidade, a mim e a ti, nos tocava e que tu, ao contrário de mim e dos outros, transportavas a plenitude do Tempo que em cada abraço me confirmavas…

Depois de ti e já sem ti conheci a amarga substância do findar dos sonhos separados de mim pelo mesmo espaço que nos aparta: metro e meio de terra.

3 comentários:

Dartacão disse...

Todo o texto, cada parágrafo, cada linha, cada entrelinha, cada palavra, cada espaço, todas as vírgulas, pontos finais, reticiências... Contemplei-os, como se tivessem sido minhas as tuas pinceladas em tinta internética, como se Cargaleiro escrevesse Peixoto ou Camilo colorisse Monet... :)

Baronesa Vermelha disse...

Uma imagem vale mais que mil palavras... um suspiro meu, uma galáxia de estrelas.

Ai..

:)

Anónimo disse...

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