MARIE JANINE – C’est drôle, je rigole
Capítulo II
Vintes de Outubro. Quase. Segunda-feira. Se a memória não me falha. Uma mão de dias após o ‘bref rencontre’. São umas 13 horas. Estou junto a uma janela. Uma Francesa. À direita. Está diante do secretariado do grand maître. Acho. Sentada. Curiosa. Descarada. Não muito. Não sei para quê. Nem porquê. Sétimo andar do Gaston Codier. Após uma manhã de estágio. Na Ortopedia do Prof. Yves Cantonné. Com a Louise Bertoux. Não muito simpática. Para já. (Chérie, os Tugas não mordem! Logo.) Admiro a paisagem Parisiense. Em especial a bela cúpula central da Pitié Salpêtrière. Procuro o Sacré Coeur. Sem sucesso. Algumas nuvens. Ainda não faz muito frio na rua. Sinto um leve êxtase. Contraste com algum frio de barriga. Próprio de quem ainda se adapta. Mas se sente… Muito leve. Feliz! Pim… O elevador chegou… Ooops! Segundo pim! Espera! É diferente… E não é prrrrriiiiiiiimmmm…. Algo que vibra no bolso. E faz um leve rrrrrrrrr. Em frente do secretariado do grand maître. Ah, és tu! Nem sempre me lembro de ti. ‘Mon chien, le portable’. Porra! Bem lhe mostro o tuli creme. Mas não obedece. Quem sabe os 69G? Volta, Sade. Estás perdoada! Ele só se me segue. À força? Talvez. Cá, ‘les chiens qui suivent les médecins’. lol Acho que seja apenas uma piada. Afinal, somos os externos que permanecem e se integram no serviço durante três meses. Escrevem nos diários clínicos. Fazem bancos de 24 horas. Participam nas operações. Não são meros estudantes de Medicina. Alvos de invejas de alguns enfermeiros e outros profissionais de saúde. Empatas de médicos. Se não for piada, experimentem, Vossas Excelências Les Frrrancius, segurar algumas paredes de alguns estágios Tugas. Volto para junto daquela montra Parisiense. ‘- Ouai? Allô?’ ‘-Oui, allô! C’est Marie Janine!’ (ah, mana, sempre te lembraste). Pim três. Sorriso de gato que engoliu o canário. Como quem diz: de orelha a orelha. Bem. Não tanto. Mas quase. Sorriso tímido. Diga-se. Por que telefonará uma Jurássica Frrrraaaanciu a um Gatinho Tuga? Bem. Não há-de ser nada. (Deixa-te de ter esses rasgos inicias de timidez, meu! Tens de integrar e conhecer os frrrrancius. A velhota até pareceu bem simpática. Nunca ouviste dizer que primeiro estranha-se e depois entranha-se? E para confiar desconfia-se. Ya, pá… É só o interruptor. Adoro a luz). Voz característica do outro lado (não sei como descrever, só imitar; para quem quiser ouvir são 10 euros cada imitação… isto se quiserem ajudar aqui o vosso amiguinho e evitar que ele vá dar o bum bum para Pigalle lol): ‘Deixei o bloco aberto para não perder o seu número.’ ‘- Eheh’, recidiva de riso tímido Tuga. Retorque a voz: ‘-Então, telefono-lhe para que venha ver as minhas gravuras como combinámos. Interessa-lhe?’. ‘-Biensûr’. ‘- Mas antes gostaria que viesse ao meu apartamento a Montparnasse para apreciar a vista sobre toda Paris’. Bochechas vermelhas (Sim, Bolchevique, Leninista, Trotskiano, Lobisomem Estalinista de pseudo-tias fanhosas da linha. Só as vestidas de ‘encarnado’. O que é teu é meu, mas o que é meu não é teu. F*d*-te! lol). Será do aquecimento do Hospital? A Frrranciu da direita fica mais descarada. Espeta o olhar. (Ooooops! Acho que ela está negativamente espantada com o meu linguajar Frrrrrrrranciu. Ou será das bochechas? Se calhar fui assaltado pelo ar de Comuna. Bem, o melhor é enfiar-me no canto junto da janela, atrás das plantas. A vista relaxa. Estou mais protegido de qualquer outro olhar Frrrranciu curioso que passe. Fico mais à vontade para falar com a doce velhota, sacadora de ‘carnets’). ‘- Então, quando pode?’ (Bem, esta semana, ainda não tenho muitas aulas à tarde). ‘-Hummm… Amanhã à tarde é bom para si?’ ‘-Hummm… Sim, por volta das 14?’ ‘-Ouai, c’est bien pour moi’. (Tiro o bloco e a caneta para apontar. Antecipo-me ao próximo passo: a morada). ‘- Boulevard de Montparnasse’. ‘-Ouai…’ ‘- Vindo da sua casa, apanha a Boulevard de Port Royal, junto de Gobelins. E é o número 169’. (Que o número não seja mau presságio. Eheheh) ‘- O código para entrar é o… (bem, até tenho direito ao código… Lobisomem Estalinista, mas chique, ahn? ;) E depois sobe até ao oitavo andar’. (Oitavo? Bem, já imagino a vista :) Repito tudo. Com medo de que o Frrrrranciu me tenha falhado. ‘-Oui, c’est ça’. ‘-D’accord’. ‘- À demain’. ‘- À demain, à 14 heures’. (Bem, onde te vais meter? Velhota sabichona e marota? Faminta de chicha tenra? Naaaaa… Não tinha ar de quem faça esquemas de amarrar cândidos e inocentes meninos à parede. Vai ser fixe! :)
Capítulo II
Vintes de Outubro. Quase. Segunda-feira. Se a memória não me falha. Uma mão de dias após o ‘bref rencontre’. São umas 13 horas. Estou junto a uma janela. Uma Francesa. À direita. Está diante do secretariado do grand maître. Acho. Sentada. Curiosa. Descarada. Não muito. Não sei para quê. Nem porquê. Sétimo andar do Gaston Codier. Após uma manhã de estágio. Na Ortopedia do Prof. Yves Cantonné. Com a Louise Bertoux. Não muito simpática. Para já. (Chérie, os Tugas não mordem! Logo.) Admiro a paisagem Parisiense. Em especial a bela cúpula central da Pitié Salpêtrière. Procuro o Sacré Coeur. Sem sucesso. Algumas nuvens. Ainda não faz muito frio na rua. Sinto um leve êxtase. Contraste com algum frio de barriga. Próprio de quem ainda se adapta. Mas se sente… Muito leve. Feliz! Pim… O elevador chegou… Ooops! Segundo pim! Espera! É diferente… E não é prrrrriiiiiiiimmmm…. Algo que vibra no bolso. E faz um leve rrrrrrrrr. Em frente do secretariado do grand maître. Ah, és tu! Nem sempre me lembro de ti. ‘Mon chien, le portable’. Porra! Bem lhe mostro o tuli creme. Mas não obedece. Quem sabe os 69G? Volta, Sade. Estás perdoada! Ele só se me segue. À força? Talvez. Cá, ‘les chiens qui suivent les médecins’. lol Acho que seja apenas uma piada. Afinal, somos os externos que permanecem e se integram no serviço durante três meses. Escrevem nos diários clínicos. Fazem bancos de 24 horas. Participam nas operações. Não são meros estudantes de Medicina. Alvos de invejas de alguns enfermeiros e outros profissionais de saúde. Empatas de médicos. Se não for piada, experimentem, Vossas Excelências Les Frrrancius, segurar algumas paredes de alguns estágios Tugas. Volto para junto daquela montra Parisiense. ‘- Ouai? Allô?’ ‘-Oui, allô! C’est Marie Janine!’ (ah, mana, sempre te lembraste). Pim três. Sorriso de gato que engoliu o canário. Como quem diz: de orelha a orelha. Bem. Não tanto. Mas quase. Sorriso tímido. Diga-se. Por que telefonará uma Jurássica Frrrraaaanciu a um Gatinho Tuga? Bem. Não há-de ser nada. (Deixa-te de ter esses rasgos inicias de timidez, meu! Tens de integrar e conhecer os frrrrancius. A velhota até pareceu bem simpática. Nunca ouviste dizer que primeiro estranha-se e depois entranha-se? E para confiar desconfia-se. Ya, pá… É só o interruptor. Adoro a luz). Voz característica do outro lado (não sei como descrever, só imitar; para quem quiser ouvir são 10 euros cada imitação… isto se quiserem ajudar aqui o vosso amiguinho e evitar que ele vá dar o bum bum para Pigalle lol): ‘Deixei o bloco aberto para não perder o seu número.’ ‘- Eheh’, recidiva de riso tímido Tuga. Retorque a voz: ‘-Então, telefono-lhe para que venha ver as minhas gravuras como combinámos. Interessa-lhe?’. ‘-Biensûr’. ‘- Mas antes gostaria que viesse ao meu apartamento a Montparnasse para apreciar a vista sobre toda Paris’. Bochechas vermelhas (Sim, Bolchevique, Leninista, Trotskiano, Lobisomem Estalinista de pseudo-tias fanhosas da linha. Só as vestidas de ‘encarnado’. O que é teu é meu, mas o que é meu não é teu. F*d*-te! lol). Será do aquecimento do Hospital? A Frrranciu da direita fica mais descarada. Espeta o olhar. (Ooooops! Acho que ela está negativamente espantada com o meu linguajar Frrrrrrrranciu. Ou será das bochechas? Se calhar fui assaltado pelo ar de Comuna. Bem, o melhor é enfiar-me no canto junto da janela, atrás das plantas. A vista relaxa. Estou mais protegido de qualquer outro olhar Frrrranciu curioso que passe. Fico mais à vontade para falar com a doce velhota, sacadora de ‘carnets’). ‘- Então, quando pode?’ (Bem, esta semana, ainda não tenho muitas aulas à tarde). ‘-Hummm… Amanhã à tarde é bom para si?’ ‘-Hummm… Sim, por volta das 14?’ ‘-Ouai, c’est bien pour moi’. (Tiro o bloco e a caneta para apontar. Antecipo-me ao próximo passo: a morada). ‘- Boulevard de Montparnasse’. ‘-Ouai…’ ‘- Vindo da sua casa, apanha a Boulevard de Port Royal, junto de Gobelins. E é o número 169’. (Que o número não seja mau presságio. Eheheh) ‘- O código para entrar é o… (bem, até tenho direito ao código… Lobisomem Estalinista, mas chique, ahn? ;) E depois sobe até ao oitavo andar’. (Oitavo? Bem, já imagino a vista :) Repito tudo. Com medo de que o Frrrrranciu me tenha falhado. ‘-Oui, c’est ça’. ‘-D’accord’. ‘- À demain’. ‘- À demain, à 14 heures’. (Bem, onde te vais meter? Velhota sabichona e marota? Faminta de chicha tenra? Naaaaa… Não tinha ar de quem faça esquemas de amarrar cândidos e inocentes meninos à parede. Vai ser fixe! :)
3 comentários:
bom, essa cabeça pensava em mil e uma coisas ao mesmo tempo enquanto esperava o maître e falava ao telefone... dá para acompanhar um pouco a vertigem dessa sucessão de pensamentos.
humor tuga by filipe, uh!
fico à espera do resto.
;) *
ai ai, Ortónima! Essa concentração: não era eu que estava à espera do 'maître', mas a Frrrranciu, progressivamente mais descarada... eheh Gros bisous! :) PS - Quando vamos avacalhar novamente as linhas subterraneas? LOL
Depois de conversa com a cara Ortónima (gosto do nick :p), um apontamento em relação a este post: na verdade, ao escrever este texto, utilizei um efeito cascata, ie, pequenos elementos do tronco comum deram origem a outros, acessórios, o que, já que não utilizo pratica e explicitamente nenhuns elementos concessivos ou de consequência, pode originar alguma 'vertigem' (dado também o ritmo que o texto imprime - mas diga-se que não tem obviamente esse objectivo directo). O vermelho vs encarnado... Se repararem, o pessoal de esquerda usa mais o termo vermelho ao invés dos de direita que são mais 'encarnados' (ainda que o Benfica seja convencionalmente o clube do ´povo' LOL). Então, vermelho - encarnado, tias da linha - comunistas --> brincadeira com ambos (o lobisomem das tias e 'o que é teu é nosso, mas o que é meu não é teu' uma alusão a partes mais negras do comunismo, não obstante as suas intenções teóricas. Utópicas?).
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