domingo, dezembro 10, 2006

AMORTECEDORES EXISTENCIAIS GRATUITOS - TAXA DE JURO À ESCOLHA DO FREGUÊS

1:40 da manhã. 10 de Dezembro de 2006. Olho para o relógio para confirmar… Engraçada a coincidência de ser a mesma hora na qual a minha mãe teve a primeira das dores mais felizes que uma mulher pode ter, dizem elas. Acredito. Apercebo-me também que faz hoje 25 anos e 4 dias a minha concepção genética. Apercebo-me uma vez mais que é quando chega a hora de dormir que normalmente sou assaltado por pensamentos que me tiram o sono, que é afinal, por vezes, uma desculpa para parar de estudar. Vendo as coisas de uma forma simplista, temos três tipos de neurónios: sensitivos, motores e pensadores. Ora, quando nos deitamos, os dois primeiros são os que mais rapidamente hibernam, salvo se houver desajustamento de luz, som, temperatura, alguma sensação táctil da cama menos confortável ou dor física ou moral (= a tristeza, componente da depressão, segundo os psiquiatras). (Corrijo: não quando nos deitamos, mas quando queremos dormir, porque o deitar… Vocês sabem, minhas malandras e safados… Pode ter muitos objectivos ;) Portanto, os centros de controlo de informação ficam praticamente apenas sujeitos à ligação que detêm com os neurónios pensantes. Daí recorrentemente ‘a almofada ser a melhor conselheira’? ou o ‘dormir de consciência tranquila’? Atente-se aos substantivos e não aos adjectivos, porque a intenção é enfatizar o momento irónico do acordar da mente para o seu interior, não tanto o eufemismo que se tenta imprimir-lhe. É frequentemente nesses momentos que sentimos a insónia do dia e dos anos, porque o deitar é como o cair no vazio, no qual o tempo é DIFICILMENTE DISTRAÍDO com a pop star que pintou o cabelo (99,999% da população mundial é careca, querem ver?, ‘prontes’, ok… eu sei! para me sentir bem, tenho que ser aceite pelo semelhante, o que implica aderir às modas, ser camaleão, certo?), a vizinha libidinosa que i-i-i-i-i-i-i (é das poucas que não é assexuada, a sortuda?) - ‘Amiga, já compravas os amortecedores para a cama, não? Bah! Depois, lá se vai o meu entretimento frustrado nocturno e a cusquice matinal no café’-, a discussão de 20 minutos (vejam bem que até estava com pressa) com a senhora das finanças que se arrasta nas burocracias, o acidente que faz parar o transito e o passeio, o padre que olha a perna da paroquiana ou o enchimento das calças do acólito (felizardos do mentor e menor espirituais que não são capados e do primeiro que gosta de peixe e de carne) enquanto as beatas procuram a que entre elas se vestiu pior para a seguir fazer a tertúlia da missa no café ao lado da igreja, o silêncio dos passageiros que ensurdece no seio do barulho do motor do autocarro (excepto nas visitas de estudo da escola, ainda que o autocarro seja de 1900 e troca o passo), o funeral ponto de encontro social, a boazona que passa na rua e que temos vergonha de abordar, o almoço, o lanche e o jantar e o jantar e o lanche e o almoço, o chato do professor e do chefe, a inflação, o político de Esquerda que defende a liberdade de pensamento, mas que ostractisa o de Direita, que por sua vez como bom proclamador dos valores católicos, faz festinhas nos meninos do parque… E isso, e isto, e aquilo… E porquê? ‘Não, não! Ele também disse! Ele também fez!’ Afinal, pensar e fazer mais do que dar trabalho é muitas vezes como tocar na ferida [mas qual dos males o menor? Tocar na ferida ou infectá-la e entrar em septicemia (infecção generalizada por via sanguínea)?]. Então, protela-se, delega-se, não raramente, a nossa vida no outro, na corrente, na ilusão de que nos desresponsabilizamos, triunfando assim numa leveza existencial relativa. Puro MEDO de nos sentirmos RESPONSÁVEIS, NÓS PRÓPRIOS, pelas nossas ideias e actos. Pura ilusão: mais cedo ou mais tarde, bate a CULPA DA VERGONHA E DA FALTA DE CORAGEM de sermos AUTÊNTICOS, de sermos felizes (bem, a não ser que prefiramos o masoquismo). Ou seja, a septicemia. Tudo porque arranjou-se sempre uma desculpa para tocar na ferida e tentar curá-la. Vai-se tratando os sintomas (quando se trata) e não a causa. Medicamento sintomático: distracções dos neurónios sensitivos (não tanto dos motores, porque estes são a grande expressão dos pensadores, além das acções quotidianas quase automáticas… time entretainers, lá está). Meros amortecedores existenciais! Bem sei que se te meteres com a boazona na rua, podes passar uma… Vergonha? De ter hormonas e desejo sexual? A não ser que não gostes de sexo… Ou que tenhas medo de levar um não. Ah, se calhar é melhor ir bater p*nh*tas para casa e pensar na loira em vez de lhe tocar. Ou a rapariga que todos os dias te serve um café e te enche a alma. Que desonra… Gostar de alguém! Numa aula, calas-te diante um professor com medo de errar? Se for bom professor, quem tem de ter medo de errar é ele. Tu é que estás lá para aprender com… Ele! A não ser que só te interesse a nota, ou seja, a forma e não a essência (bem podes ter a média no papel para uma empresa, mas se não a tiveres na prática e no carisma de te adaptares mas também de surpreenderes, bem te podes congratular de engraxar sapatos a professores e chefes… Parabéns! O part time como engraxador, as horas de marranço e o certificado de notas servem de papel higiénico!). Bem sei que bateres na mesa do chefe te pode despedir (depende do chefe). Deve ser melhor, daqui a uns anos, olhares para trás e aperceberes-te que perdeste o teu tempo a lamber botas e a sobreviver com trocos em vez de teres tentado descobrir um caminho melhor. É esse o exemplo que queres dar aos teu filhos? Acredita que eles tomarão mais como modelo as entrelinhas dos teus actos do que o esforço falado do teu discurso. E os trocos dificilmente alguém te tira, a não ser que tenhas medo de trabalhar. Queixas-te do governo e do andar das coisas? E que tal sentires-te como parte activa e responsável de um todo que é a sociedade? Estás apaixonado pelo teu colega de trabalho? Deixa lá… A tua mulher fica mais contente quando chegas a casa com odor duplo de Homem! Bem… Já os maridos e o odor duplo de mulher… lol Não defendo a mania constante de chocar, demonstrando ser ‘pseudo-diferente’… Mas ninguém é gratuito e todos acabam por pagar as suas facturas, com mais ou menos juros…

PS – Resumindo e baralhando, o tempo é o que mais de valioso temos, tão valioso que temos medo dele… Um copo com pedras… Está cheio? E se tentares pôr grãos de areia? Pleno? Que tal adicionar água?
PS 2 - Gnr - Efectivamente
Adoro o campo as arvores e as flores
Jarros e perpétuosamores
Que fiquem perto da esplanada de um bar
Pássaros estúpidos a esvoaçar
Adoro as pulgas dos cães
Todos os bichos do mato
O riso das crianças dos outros
Cágados de pernas para o ar
Efectivamente escuto asconversas
Importantes ou ambíguas
Aparentemente semmoralizar
Adoro as pêgas e os padrastos que passam
Finjo nem reparar
Na atitude tão clara e tão óbvia
De quem anda a engan(t)ar
Adoro esses ratos de esgoto
Que disfarçam ao pilar
Como se fossem mafiososconvictos
Habituados a controlar
Efectivamentegosto de aparência
Imponente ou inequívoca
Aparentemente sem moralizar
Efectivamente gosto deaparência
Aparentemente sem moralizar
Aparentementeescuto as conversas
Efectivamente sem moralizar
Efectivamente….sem moralizar
Aparentemente…semmoralizar
Efectivamente

4 comentários:

Anónimo disse...

(private comment to the blogger) Easier said then done!


Hugz,
black devil

Dartacão disse...

Do you really think? Why?

Anónimo disse...

Because, when facing danger, human beings whether attack or run. And running is easier and less risky!

By the way I didn’t run, I just didn’t attack. In the end the score was already steeled.

Girls suck! =P

Hugz,
Rui

Dartacão disse...

No meio do turbilhao, respirar fundo quatro vezes, enquanto se pensa duas... Carpe Diem! ;)