MARIE JANINE - C’est drôle, je rigole
Prefácio
Antes de partir, durante a partida e mais desde que cheguei e, como é normal, chovem as perguntas de amigos e conhecidos de como está a ser a experiência Parisiense, de viver, e em Erasmus, porque de ‘vacanças’ (lol) é um outro domínio. Normalmente, falta-me o tempo e as palavras para conseguir transmitir algo que, que sendo uma novidade escolhida, reflecte por si à priori algo de muito bom, algo onde 30 minutos de diferente corresponde a 2 horas de algo por norma mais banal, do quotidiano e do quotiano (existe? O dicionário do Word diz que não. Bem, siga a marinha). Podia falar disto e daquilo, e daquilo e disto, mas felizmente que todos nós de uma ou outra forma já experimentamos as tais 2 horas em 30 minutos, porque seja em Paris, seja em Lisboa, seja no Coiro da Burra, cartas baralhadas e novamente distribuídas, acaba por dar tudo no mesmo, porque as pequenas aparições existem por todo o lado. Apenas o valor que lhes atribuímos depende da nossa motivação e atenção (e mesmo assim…) que, por sua vez, têm raízes num complexo esquema de condicionantes. Fugindo agora para algo menos racional… Apesar de não constituir propriamente o espírito do blog o que a seguir se narra e descreve, decidi partilhar uma experiência muito pessoal por forma a tentar colmatar as minhas contingências em relação a descrever ambientes que ao absorvermos pela pele, pelos ouvidos, pelo nariz, pelos olhos, pela língua? (lol)… se tornam difíceis de ser emanados por palavras. Isto sem esquecer que são essencialmente as pessoas que compõem/constróem o nosso ambiente (humano) . Por isso, decidi partilhar ambientes, situações, fora dos lugares mais ou menos comuns de quem está fora, que tive com uma pessoa, sem menosprezar o êxtase perante tudo o resto que no envolve e nos faz despertar os sentidos de forma tão ecléctica quanto perene: a música que toca na esquina; os olhares que se entrelaçam na rua; a velhota do banco da frente que ri espontaneamente; o puto que desata às piruetas; a roupa que se veste porque faz frio ou calor; a dança espontânea de Domingo à tarde à porta de casa em bairro intimista; a bicicleta que trava a fundo, porque senão bate-se no carro, porque se ficou a olhar para o lado (e que lado! Eheh); o tuga que se encontra na rua e que parece alguém do outro mundo; o senhor do mercado de rua que vende a baguete; o ‘Mésié Sooouuuuuáááááárrrrrrrrreeeeeeeezzzzz (lol); a professora de Francês que descreve o bobo Francês de um ponta à outra (e claro, os dois tugas da aula que quase são postos na rua… há coisas que nunca mudam! LOL); a primeira doente ‘Frrranciuuuu’ que na primeira visita começa a cantar a ‘Grândola, Vila Morena’ e passados dois dias foge do hospital (espero não ter culpa LOL); a Japonesa que inocentemente aprende a dizer AIDS na sua língua (ir-ao-cu-mata LOL); ‘le foie que tombe et la fête que monte, mais la rate e le grêle sont bien, merci’ lol;… os Tugas, os Franceses, os Italianos, os Espanhóis, os Mexicanos, os Gregos, os Alemães, os Ingleses, os Checos, os Árabes, os Suecos, os Americanos, os Brasileiros, os Africanos... Alors, voilà:
Antes de partir, durante a partida e mais desde que cheguei e, como é normal, chovem as perguntas de amigos e conhecidos de como está a ser a experiência Parisiense, de viver, e em Erasmus, porque de ‘vacanças’ (lol) é um outro domínio. Normalmente, falta-me o tempo e as palavras para conseguir transmitir algo que, que sendo uma novidade escolhida, reflecte por si à priori algo de muito bom, algo onde 30 minutos de diferente corresponde a 2 horas de algo por norma mais banal, do quotidiano e do quotiano (existe? O dicionário do Word diz que não. Bem, siga a marinha). Podia falar disto e daquilo, e daquilo e disto, mas felizmente que todos nós de uma ou outra forma já experimentamos as tais 2 horas em 30 minutos, porque seja em Paris, seja em Lisboa, seja no Coiro da Burra, cartas baralhadas e novamente distribuídas, acaba por dar tudo no mesmo, porque as pequenas aparições existem por todo o lado. Apenas o valor que lhes atribuímos depende da nossa motivação e atenção (e mesmo assim…) que, por sua vez, têm raízes num complexo esquema de condicionantes. Fugindo agora para algo menos racional… Apesar de não constituir propriamente o espírito do blog o que a seguir se narra e descreve, decidi partilhar uma experiência muito pessoal por forma a tentar colmatar as minhas contingências em relação a descrever ambientes que ao absorvermos pela pele, pelos ouvidos, pelo nariz, pelos olhos, pela língua? (lol)… se tornam difíceis de ser emanados por palavras. Isto sem esquecer que são essencialmente as pessoas que compõem/constróem o nosso ambiente (humano) . Por isso, decidi partilhar ambientes, situações, fora dos lugares mais ou menos comuns de quem está fora, que tive com uma pessoa, sem menosprezar o êxtase perante tudo o resto que no envolve e nos faz despertar os sentidos de forma tão ecléctica quanto perene: a música que toca na esquina; os olhares que se entrelaçam na rua; a velhota do banco da frente que ri espontaneamente; o puto que desata às piruetas; a roupa que se veste porque faz frio ou calor; a dança espontânea de Domingo à tarde à porta de casa em bairro intimista; a bicicleta que trava a fundo, porque senão bate-se no carro, porque se ficou a olhar para o lado (e que lado! Eheh); o tuga que se encontra na rua e que parece alguém do outro mundo; o senhor do mercado de rua que vende a baguete; o ‘Mésié Sooouuuuuáááááárrrrrrrrreeeeeeeezzzzz (lol); a professora de Francês que descreve o bobo Francês de um ponta à outra (e claro, os dois tugas da aula que quase são postos na rua… há coisas que nunca mudam! LOL); a primeira doente ‘Frrranciuuuu’ que na primeira visita começa a cantar a ‘Grândola, Vila Morena’ e passados dois dias foge do hospital (espero não ter culpa LOL); a Japonesa que inocentemente aprende a dizer AIDS na sua língua (ir-ao-cu-mata LOL); ‘le foie que tombe et la fête que monte, mais la rate e le grêle sont bien, merci’ lol;… os Tugas, os Franceses, os Italianos, os Espanhóis, os Mexicanos, os Gregos, os Alemães, os Ingleses, os Checos, os Árabes, os Suecos, os Americanos, os Brasileiros, os Africanos... Alors, voilà:
Capítulo I (o primeiro episódio interessante da novela? E depois, o clímax jamais mais chega?)
Meados de Outubro. Rendez vous com o Mr. Maxime Lacoste, da agência, para buscar a chave da nova casa. Algum tempo disponível. Vou ao Monoprix. Comprar um caderno de apontamentos para o estágio. Chego às devidas prateleiras. Depois de ter vasculhado alguns produtos e preços. Encontro uma velhota junto das prateleiras. Parece ter quase 80 anos. Baixa. Agasalhada. Tipicamente Parisiense. Em bicos de pés. A sacar muitos dos blocos. Como que uma criança que se estica para conseguir alcançar o rebuçado que está em cima do balcão da cozinha. Oooops! Sobrará para mim? Um? Apenas um? Quantos quererá ela? Não vou ser indelicado e gamar um bloco à doce velhota! LOL Bem… O Bom Samaritano começa a ajudar a dita senhora. Quando ela diz que precisa de 50 blocos! Piiiiim!!! Sorriso maroto tuga! Na boa. Tass, gaja. Ajudo na mêma. Tal é essa? Tástapassar? Ainda que me tenham começado a cair blocos dos braços. Braços? Desapareceram, entre os pequenos cadernos! ‘-Ah, mas eu quero pagar-lhe um bloco!’ (‘-Pois, se sobrar algum’… LOL) ‘Não, não é necessário’. ‘-Não, não. Faço questão’. (‘-Ok, o que é um euro e tal para eles? Não vou fazer a desfeita à doce velhota’ – não provei, sublinhe-se LOL). Chegamos à caixa. Os meus braços no apogeu do desaparecimento. Com algumas trocas de palavras no entretanto (mais da velhota, simpática). Alguns dos cadernos eram agendas. Bom Samaritano volta às prateleiras para trocá-las (agora, entra a música do Indiana Jones para substituir a dos Encontros Imediatos). Voltado à caixa. A rapariga dos pagamentos só se ri. (‘-Chulo de velhotas?’, pensa ela? ‘-Tugá gôôôôôôssssstôôôzzzzzoooo, hein?’ Será? Tenho de lá voltar LOL). Tuga vai-se rindo. Também. Velhota vai fazendo ar algo safado. 1, 2, 3, 4, 5… 48 blocos. Menos um que é para mim. Ficam 47 para a senhora. Ah, lá fui percebendo mais ou menos que eram para umas tiragens de umas gravuras. Chegado à rua. Com a senhora. Ela é artista. Faz gravuras (‘-Gravuras? Não gosto muito disso, pá!’). Convida-me para ir ao atelier. É ali perto. ‘- Desculpe, agora não posso’. (‘-Há pouco, sobrava-me tempo; agora, já estou atrasado’ LOL). ‘-Mas se quiser, pode ficar com o meu número de telefone’. (Ah, granda Gerontófilo! LOL). ‘-Biensûr’ (sem entoação de beto Parisiense. Ah, bom!). ’- Vou anotá-lo num bloco. E deixo-o aberto para não perdê-lo’. (‘- Mera simpatia… Não vai ligar’).
6 comentários:
Interessantíssimo, amigo dartacão. Excelente ideia esta. Estou a adorar esta forma de escrita, muito...simbólica. Parece que estamos lá ctg :)
É realmente complicado fazer os outros viver os episódeos de nossa vida. O nosso amigo dartacão tem um certo jeito para descrever como os viveu, e sem duvida para nos deixar com água na boca com a possibilidade de um dia os vivermos nos próprios...
Hugz e aproveita bem Paris!
black devil
bem, eu já conheço a estória, mas venho aqui dar força para q a continues... ontem estavas com um ar tão terno, a encher de cuidados a "tua velhota", como se estivesses orgulhoso dela! o sorriso não te cabia nos lábios!
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eheh doida como sempre, Ortónima. Venham mais soirées, matinés e vernisages :) ***
Ó companheiro... mas era esta senhora a q tanto te interessou aquando a tua chegada a Paris?! É q eu imaginava-a + nova... ;)
Besón!
Ó, Compañera! Andas com a imaginação muito fértil! eheheh Esta é a minha 'artista' Janine. A minha francesa do primeiro dia é a Cecile.
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